Dona Flô na Cidade Baixa
Festa produzida pelo bar Porto Carioca muda de endereço e será realizada no IN sano pub
Depois de estrear no espaço cultural Vila Flores e passar pela Casa de Teatro, a festa Dona Flô – uma produção do bar Porto Carioca –, chega ao In Sano Pub, na Cidade Baixa. Em sua terceira edição, adotará como tema o hino LGBT do carnaval de 2018, Ai Que Delícia Ser Viado!, produzido, aliás, por um dos convidados da noite, o DJ Gustavo Bezzi, de Belo Horizonte.
– A ideia é que, no futuro, Dona Flô se transforme num grande festival com bandas e DJs, que misture diferentes gêneros musicais, como samba, funk e pop. Estamos plantando as sementes para que possamos colher os frutos logo ali adiante, revela Joicy Gama, do Porto Carioca,
Os versos de Ai Que Delícia Ser Viado! foram criados por Lindsay Paulino, ator e comediante que ganhou fama ao participar de programas como Treme Treme e Xilindró, do canal de TV paga Multishow.
– Nem é uma letra, é mais um grito de guerra, explica Gustavo, ao comentar a criação do amigo, que é também mineiro, natural de Montes Claro.
O DJ conta ainda que, há bastante tempo, Lindsay gosta de interpretar o tema nas baladas, como provocação feita para divertir os amigos. Foi assim em janeiro deste ano, quando a galera estava reunida num sítio no interior de Minas Gerais e Lindsay teve a ideia de gravar a “brincadeira” e postá-la no Instagram.
Em poucas semanas, o post viralizou na internet, o que fez com que Gustavo se prontificasse a criar uma batida de fundo e em seguida disponibilizasse a nova versão nas plataformas de streaming.
– Soltamos no sábado de carnaval e foi uma explosão.
Em quatro dias, a música assumiu o primeiro lugar entre as 50 virais do Spotify no Brasil, permanecendo na lista por quase duas semanas, relata o DJ, salientando que Ai Que Delícia Ser Viado! é a sua primeira produção musical.
– Como estreia, foi uma bola certa, gaba-se ele.
Esta também será a primeira vez que Gustavo pisará em solo gaúcho.
– Estou muito feliz e com grande expectativa, afinal, escuto falar maravilhas da noite de Porto Alegre desde que comecei a tocar como DJ, há cinco anos.
Quem vai abrir a Dona Flô é a cantora Ilse Lampert, que se apresentará no formato de voz, violão, bateria e contrabaixo.
Bastante conhecida do público LGBT devido às apresentações nas Rodas de Viola do bar Venezianos, das quais participa há 16 anos, Ilse já gravou canções de artistas locais como Nei Lisboa, Totonho Villeroy e Gélson Oliveira.
– Para a Dona Flô, escolhi um repertório de covers, que mistura samba e música pop, com arranjos personalizados e, principalmente, uma pegada dançante, como convém ao clima de festa, antecipa ela.
Outra atração da noite é o DJ Ricktocadisco, como o jornalista Ricardo Pont é conhecido na cena boêmia da cidade. Ele comanda festas itinerantes como Carlotas e Cadê Tereza?. Outro DJ que estará na Dona Flô é Madruga, criador de festas de ritmos latinos como La Cuckaracha e Camaleón.
Areal da Baronesa
Dona Flô abrirá espaço também para o passista Di Trindade, que possui extenso currículo no carnaval de Porto Alegre, com participação em escolas como Bambas da Orgia, Império do Sol e União da Vila do IAPI.
Igualmente subirá ao palco do In Sano a bateria do bloco Areal do Futuro, que surgiu na Rua Luiz Guaranha, na Cidade Baixa, reduto de um principais quilombos de Porto Alegre. O bloco faz parte de um projeto social, que transmite ensinamentos de música para cerca de 120 crianças da região do antigo Areal da Baronesa.
Na sexta-feira, o Areal do Futuro marcará presença no In Sano com aproximadamente 20 adultos – quando as apresentações incluem a participação de crianças, o bloco chega a arregimentar até 150 pessoas.
Daniel Areal, vice-presidente do bloco, adianta que o repertório incluirá sucessos de Roberto Carlos, Benito de Paula, Marisa Monte e Cazuza, entre outros artistas populares, com versões tocadas em ritmo de carnaval. Segundo ele, a agenda da turma anda lotada:
– Ah, com certeza, temos tocado em lugares como Theatro São Pedro, Casa de Cultura Mario Quintana e até no Planetário da UFRGS. Só não tocamos em funeral, por enquanto, brinca Daniel.