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Rua da Praia, mon amour

A Rua da Praia não é só a mais antiga de Porto Alegre. Por muito tempo, ela foi o coração comercial da capital gaúcha. Em tempos natalinos, é bom lembrar esse símbolo de uma belle époque ao Sul do Brasil. O aroma de marcas importadas de perfume inebriava transeuntes nas calçadas e as lojas com roupas, chapéus, joias, cálices de cristal e pratarias acentuavam o glamour e a elegância dos porto-alegrenses.

A princípio, estendia-se da ponta da península até a Rua do Ouvidor, atual General Câmara. Dali em diante tinha o bonito nome de Rua da Graça.

A denominação atual, Rua dos Andradas, foi dada pela Câmara Municipal em 1865 em comemoração aos 40 anos da Independência do Brasil – homenagem a José Bonifácio Andrada e Silva, o patriarca da emancipação de Portugal, e seus irmãos Martim Francisco e Antônio Carlos.

Território aristocrático no qual se instalaram comerciantes, autoridades e famílias endinheiradas, não surpreende que tenha sido uma das primeiras vias a receber melhorias urbanas, tais como calçamento, chafariz para abastecimento de água, limpeza, policiamento, coleta de lixo e iluminação de candeeiro a óleo de peixe.

A princípio, estendia-se da ponta da península até a Rua do Ouvidor, atual General Câmara. Dali em diante tinha o bonito nome de Rua da Graça.

A denominação atual, Rua dos Andradas, foi dada pela Câmara Municipal em 1865 em comemoração aos 40 anos da Independência do Brasil – homenagem a José Bonifácio Andrada e Silva, o patriarca da emancipação de Portugal, e seus irmãos Martim Francisco e Antônio Carlos.

Território aristocrático no qual se instalaram comerciantes, autoridades e famílias endinheiradas, não surpreende que tenha sido uma das primeiras vias a receber melhorias urbanas, tais como calçamento, chafariz para abastecimento de água, limpeza, policiamento, coleta de lixo e iluminação de candeeiro a óleo de peixe.

Hoje, ao longo de seu percurso estão localizados pontos de referência da cidade, como Igreja das Dores, Casa de Cultura Mario Quintana, Museu Hipólito da Costa, Centro Cultural CEEE e Galerias Chaves e Malcon, sem falar na Praça da Alfândega e na Esquina Democrática, o que não é novidade:

– Desde a chegada dos açorianos, tudo acontecia em volta da Rua da Praia, observa Rafael Guimaraens, autor de Rua da Praia – Um Passeio no Tempo (Libretos, 2010).

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Jekyll à solta

Após marcar época com o bar Dr. Jekyll, na Cidade Baixa, os gêmeos César e Paulo Audi transformam café em ponto de encontro no Centro Histórico e preparam nova incursão na cena noturna.

Os donos do Cine Café, abrigado na Travessa dos Cataventos – corredor de paralelepípedo que divide as duas alas do prédio da Casa de Cultura Mario Quintana, ligando a Rua da Praia à Sete de Setembro –, são os irmãos gêmeos César e Paulo Audi, de 56 anos,

Antes de abrir o ponto na Casa de Cultura, os gêmeos ficaram conhecidos pela concepção de alguns dos mais emblemáticos bares noturnos de Porto Alegre das últimas décadas, especialmente o Dr. Jekyll, fundado em 1996 na Travessa do Carmo, junto ao Largo da Epatur.

O nome do bar era inspirado no filme O Médico e o Monstro, clássico de horror dirigido por Victor Fleming em 1940, com Spencer Tracy, Ingrid Bergman e Lana Turner.

Na trama baseada no livro O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, de Robert Louis Stevenson, publicado em 1886, um médico de bons modos – para demonstrar a teoria de que o bem e o mal coabitam o coração humano – inventa uma porção capaz de trazer à tona o lado demoníaco de cada pessoa.

Ao experimentar ele próprio a fórmula química, algo dá errado e o cientista perde o controle de sua personalidade oculta (Hyde é um trocadilho com o verbo hide, que significa esconder, ocultar).

O conceito da casa noturna dos Audi flertava com os paradigmas do conto de horror:

– O pessoal entrava de um jeito e saía de outro. A bebida alcoólica é também uma porção que faz brotar o lado oculto das pessoas, diz Paulo.

Mas, no caso do Dr. Jekyll da Cidade Baixa, as transformações eram para o lado do bem. As alterações de personalidade faziam, por exemplo, com que as distinções de raça, credo e status social ficassem do lado de fora.

– Não havia frescura em relação à roupa que a pessoa estava usando ou à classe social a que ela pertencia. Os clientes tiravam as máscaras quando entravam no bar, observa César.

Cientistas malucos à parte, o Dr. Jekyll era como se fosse “a sala estar de uma grande família”, compara Paulo, por causa da descontração e da simplicidade que predominavam no ambiente. A tal ponto que, com tanto Mr. Hyde à solta no salão, nunca houve uma briga lá dentro.

– Mais parecia um clube do que um bar. A turma tinha até caderninho para anotar as despesas e pagar no fim do mês, assinala César.

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Sua Excelência, o botequim

Imagine um bar que fica num lugar histórico e charmoso, onde é possível unir música, chope e bolinho de bacalhau num ambiente de simplicidade e acolhimento. Não precisa imaginar – o bar existe. É o Odeon, um dos últimos botecos autênticos do Centro, que resiste à passagem do tempo com um público jovem e música de qualidade. Desde que passou a apresentar música ao vivo, o Odeon se transformou num ponto de referência de música de qualidade em Porto Alegre. Mais que isso, a agenda musical angariou uma clientela mais jovem para o bar da Andrade Neves. 

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