Uma casa noturna abrigada num brique com cadeirinhas e luminárias penduradas no teto e nas paredes dominou as baladas da Cidade Baixa na segunda metade da década de 2000. Aberto em 2007, o Pé Palito foi soberano na cena boêmia durante sete anos, apostando num trilha sonora elaborada com ritmos brasileiros, como samba, samba rock, axé, funk carioca e MPB.
As raízes do Pé Palito remontam aos primórdios da cena boêmia contemporânea da Cidade Baixa. Na primeira metade da década de 2000, um grupo de DJs – entre eles, Jovi Medeiros, Damon Meyer e Manoel Canepa, além do próprio Fred – havia criado um movimento de revitalização da música popular brasileira nas pistas de dança de Porto Alegre.
Em pouco tempo, o Pé Palito se tornou a principal referência de casa noturna na João Alfredo, lotando sempre aos fins de semana e vésperas de feriados.
Grande parte do sucesso do Pé Palito se deveu à boa organização da danceteria. As atribuições eram divididas de acordo com as virtudes de cada um dos sócios. Marcos cuidava da estrutura física da casa, que conhecia muito bem, uma vez que havia morado nela praticamente a vida. Com boa capacidade de gestão, Nilo Pinheiro se concentrava na parte administrativa. E Fred atraía e embalava o público com a sensibilidade aguçada de um DJ de talento fora do comum.
Deixou o legado de uma casa noturna bem organizada, que trabalhava num patamar profissional superior em relação às demais de seu tempo, no que se refere à estrutura e ao atendimento, sem falar na indiscutível qualidade musical.
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