Posts tagged censura
Temporada no Sul

Filho de Taiguara, um dos compositores brasileiros mais destacados entre as décadas de 1960 e 1980, o carioca Samora Potiguara, de 37 anos, aproveita temporada na casa de parentes em Porto Alegre para mostrar seu trabalho musical nos bares da Cidade Baixa. Na sexta-feira, 18/10, por exemplo, ele faz show de voz e violão no bar Guernica, na Travessa dos Venezianos, 44, apresentando uma mistura original de MPB e soft rock e, claro, revisitando sucessos do pai.

Embora resguarde a consciência crítica acerca do mundo em que vive, a exemplo da obra de Taiguara, as canções de Samora apontam para múltiplas referências, que incluem desde a universalidade do som dos Beatles até o estilo progressivo de The Alan Parsons Project, passando pelo rock alternativo de Pearl Jam e bandas brasileiras dos anos 1980 como Barão Vermelho, Legião Urbana e Ira!.

— Fora isso, tenho a pretensão de agregar à música que faço elementos percussivos do candombe uruguaio e de outros batuques originários da África sem perder a pegada pop. A meu ver, o rock nada mais é do que a evolução de um processo musical que tem início na cultura africana.

Read More
Eis que chega a Roda Viva

Quando Chico Buarque pisou o palco do Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, para iniciar o espetáculo da turnê Caravanas, na sexta-feira, dia 17 de agosto, estava diante de um público que guarda na ponta da língua o repertório de um dos maiores compositores brasileiros.

Não bastasse a popularidade do artista com mais de meio século de carreira – desde a estreia, em Belo Horizonte, em dezembro do ano passado, Caravanas já foi assistido por mais de 130 mil pessoas no Brasil e em duas cidades de Portugal –, as canções de Chico Buarque vêm sendo continuamente revisitadas e reverenciadas no circuito de teatros, bares e cafés da capital gaúcha.

A banda Roda Viva, que desde 2004 produz um trabalho consistente de tributo à obra de Chico, sempre com casa cheia, é em grande parte responsável por isso. Nos espetáculos, os arranjos originais das gravações são preservados até o limite para que o público possa reconhecer de imediato cada uma das canções.

– As pessoas gostam de ouvir o repertório do Chico do jeito como elas o conheceram. Quando conseguimos copiar, ficamos felizes, mas nem sempre isso é possível. É preciso adaptar arranjos produzidos para grandes orquestras para o formato da banda, ressalta Felipe Bohrer, um dos sete integrantes da Roda Viva.

Além de clássicos bastante conhecidos do grande público, como Roda VivaConstrução e Meu Caro Amigo, o grupo não esquece das amostras do “lado B” de Chico, casos das composições assinadas com o pseudônimo de Julinho da Adelaide para fugir do assédio da censura:

Read More