Aberto há nove anos, Tango - Sabores do Uruguay é o bar da moda na Cidade Baixa, bairro boêmio de Porto Alegre. Desde que passou a promover shows de música ao vivo, vem aglutinando pequena multidão na calçada em frente, em especial aos domingos, na Rua da República, quase esquina com a José do Patrocínio. O proprietário, o uruguaio Robert Fabian Loyarte Lascano, já se prepara para abrir um novo estabelecimento no bairro, o restaurante Matrero Parrilla de Barrio, na Rua Lima e Silva. A ideia é trabalhar com uma gastronomia que tenha a cara do Uruguai, sem perder o calor humano da Cidade Baixa, antecipa ele.
Read MoreFilho de Taiguara, um dos compositores brasileiros mais destacados entre as décadas de 1960 e 1980, o carioca Samora Potiguara, de 37 anos, aproveita temporada na casa de parentes em Porto Alegre para mostrar seu trabalho musical nos bares da Cidade Baixa. Na sexta-feira, 18/10, por exemplo, ele faz show de voz e violão no bar Guernica, na Travessa dos Venezianos, 44, apresentando uma mistura original de MPB e soft rock e, claro, revisitando sucessos do pai.
Embora resguarde a consciência crítica acerca do mundo em que vive, a exemplo da obra de Taiguara, as canções de Samora apontam para múltiplas referências, que incluem desde a universalidade do som dos Beatles até o estilo progressivo de The Alan Parsons Project, passando pelo rock alternativo de Pearl Jam e bandas brasileiras dos anos 1980 como Barão Vermelho, Legião Urbana e Ira!.
— Fora isso, tenho a pretensão de agregar à música que faço elementos percussivos do candombe uruguaio e de outros batuques originários da África sem perder a pegada pop. A meu ver, o rock nada mais é do que a evolução de um processo musical que tem início na cultura africana.
Read MoreO Brique da Redenção está completando 41 anos como um espaço de convívio democrático com lugar cativo no coração dos porto-alegrenses.
— O Brique é a sala de estar de Porto Alegre. A gente chega aqui domingo pela manhã para abrir a sala e receber as pessoas da melhor forma possível, diz João Batista da Rocha, um dos fundadores da feira.
O hábito dominical se enraizou a tal ponto entre os porto-alegrenses que, hoje, é como se o Brique fosse a “praia” da capital gaúcha – além de atração turística (quem nunca levou algum parente ou amigo vindo de fora para conhecer a feira?), é lugar de passeio e ambiente saudável de convivência democrática a céu aberto, acessível a todos sem distinção de classe, etnia e credo religioso ou político.
Além disso, o Brique é palco privilegiado de manifestações culturais e políticas. Músicos de rua, artistas de teatro e dança, malabaristas, mímicos, capoeiristas e estátuas vivas se misturam a ativistas políticos e candidatos em campanha, em épocas de eleição. A via pública se transforma em cenário de festa e cidadania.
Read MoreArte e vida inspiram as canções de Chico Chico, filho de Cássia Eller, e João Mantuano, parceiros na banda 13.7, que acaba de lançar Medo, primeiro de uma série de singles com as faixas do CD que sairá no segundo semestre pelo selo Toca Discos – Miguel Dias (baixo), Pedro Fonseca (teclados) e Lucas Videla (percussão) completam a formação.
A 13.7 mistura ritmos como samba e blues com pitadas de rock e MPB, além de enquadrar melodias marcadamente brasileiras em andamentos aparentemente desencaixados, como foxtrot ou jazz cigano, o que resulta numa sonoridade singular.
Na moldura dos acordes, aparecem tramas com paisagens e personagens da cena urbana, tão bela e desarmônica quanto um cartão postal ao avesso.
– Falamos de coisas bonitas e também da sujeira e do caos, que são igualmente belos, aponta Chico.
– As composições traduzem o que a gente é, como se fosse uma identidade, acrescenta João.
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