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O bofe nas vilas de malocas

A homossexualidade masculina foi um dos argumentos usados como justificativa para a transferência da população pobre de Porto Alegre de áreas centrais para a periferia da cidade no século passado.

Essa é a afirmativa do historiador Rodrigo Weimer após estudar dados de um relatório administrativo sobre as “vilas das malocas” (hoje denominadas favelas) apresentado em 1952 pela prefeitura da capital gaúcha na Câmara de Vereadores. A conclusão é exposta por Weimer em artigo publicado há pouco mais de um mês pela revista Aedos, do PPG em História da UFRGS.

O relatório elaborado durante a gestão do prefeito Ildo Meneghetti aponta evidências de alcoolismo, prostituição e comportamento sexual não-normativo como exemplos de “sujeira moral”, “quisto social” e “situação anômala” no cotidiano dos favelados, o que teria servido de argumento e pretexto para a posterior expulsão dos “maloqueiros” para áreas distantes do Centro. Textualmente, o documento histórico afirma que casos “palpáveis surgiram à tona durante a pesquisa, demonstrando que, se bem que em extremos, até que ponto pode chegar a imoralidade nesses grupamentos humanos”.

— Constata-se que, sob um viés moralista e uma visão preconceituosa, a sexualidade desviante foi considerada abjeta e, mais do que isso, aproximada à realidade da “maloca”, ela, também, impregnada de atributos pejorativos, destaca Weimer.

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O triunfo do rock de garagem

O rock está em festa. Os Replicantes estão completando 35 anos de atividades – a banda surgiu numa garagem da Rua Marquês do Pombal, na fronteira do Moinhos de Vento com a Floresta, sob o ritmo frenético do punk rock, em 1984.

Desde o começo, as letras de contestação e puro deboche abordam temas que vão do consumo supérfluo e o ativismo de boutique à opressão humana por instituições como o estado, a família e a igreja. Tudo isso envolto num clima de ficção científica – não custa lembrar que replicantes eram os androides de Blade Runner, filme de Ridley Scott lançado em 1982.

Em três décadas e meia, foram compostas mais de 100 canções registradas em 13 álbuns e três DVD’s, com reconhecimento de público e crítica – Surfista Calhorda, por exemplo, está no playlist das “100 músicas que você precisa escutar” do livro Curtindo a Música Brasileira – Um Guia Para Entender e Ouvir o Melhor da Nossa Arte, de Alexandre Petillo. Referência do rock nacional, em três excursões à Europa passaram por palcos de França, Suécia, Alemanha, Suíça, Noruega, Finlândia, Bélgica e Holanda. 

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