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O mais universal (e mais gaúcho) diretor do teatro brasileiro

— Eu não tenho como não me engajar, como ficar passivo diante de uma catástrofe como essa. Como não ficar emocionado? É devastador. Além de chorar, preciso fazer alguma coisa, ainda mais quando se trata de um povo como o gaúcho e de um lugar como o Rio Grande do Sul.

A declaração é do diretor teatral Gerald Thomas ao comentar a situação dos artistas do Sul do Brasil afetados pelas enchentes de maio de 2024. O depoimento foi dado ao podcast do Rua da Margem, no canal Adjuntos.

Apontado como o mais universal dos encenadores do teatro brasileiro, com peças produzidas em cerca de 20 países, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Áustria e Itália, Gerald postou vários vídeos no Instagram, nas últimas semanas, cobrando a liberação dos recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG).

Além da questão humanitária, também a identidade com as plateias gaúchas contribuiu para o posicionamento adotado pelo diretor:

— Tenho que ser absolutamente aberto: o público do Rio Grande do Sul é o melhor do Brasil. Desculpem os outros, mas é. É o que tem melhor entendimento do meu trabalho, disso não tenho a menor dúvida.

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Casa viva

No cenário da Cidade Baixa, bairro de Porto Alegre onde sobrevivem resquícios de uma vida simples e despojada, aquele senhor não se constrangia ao sair para a rua com as roupas confortáveis que usava em casa, mesmo que fosse para cumprir compromissos que, teoricamente, exigiam alguma formalidade.

Quando recebeu uma homenagem na Fundação Ecarta, na Avenida João Pessoa, por exemplo, não achou preciso tirar o chambre – apenas envergou por cima um pala para se proteger do frio.

Não é de admirar que adotasse a mesma indumentária em atividades menos solenes, como almoçar no pé-sujo da Rua Lima e Silva, a dois quarteirões de casa. Neste caso, agregava um par de rústicos tamancos, daqueles típicos do homem do campo, que, afinal de contas, ele nunca deixou de ser.

Estamos falando de Diógenes Oliveira, figura de carne e osso que foi protagonista de alguns dos momentos históricos mais ricos e conturbados da história do Brasil.

Diógenes participou da Campanha da Legalidade, pegou em armas para combater o regime militar instaurado em 1964, foi preso e torturado nos porões da ditadura e passou por quase uma dezena de países durante o exílio, que durou 23 anos.

Agora, dá nome ao mais novo Ponto de Cultura aberto na Cidade Baixa, mais precisamente na Rua Lopo Gonçalves, 495, endereço em que morou durante 36 anos.

— Meu pai foi um guerreiro, que enfrentou condições completamente adversas e se manteve íntegro pela vida toda – afirma o jornalista Guilherme Oliveira, de 36 anos, responsável (junto com o irmão, o advogado Rodrigo, dois anos mais velho) pela ideia de transformar o sobrado da Lopo Gonçalves no Ponto de Cultura Diógenes Oliveira.

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O guardião do sopapo

A história já é quase uma lenda.

Aos 12 anos, Gilberto Amaro do Nascimento, o Giba Giba, tomou nos braços pela primeira vez o sopapo, um tambor de grandes dimensões (1,5 m de altura por 60 cm de diâmetro) produzido a partir de couro de cavalo e troncos de árvores, legado de escravos das charqueadas do século 19.

Historicamente, há registros do ecoar do tambor de timbre grave na região sul do Rio Grande do Sul desde 1826. O certo é que, a partir da década de 1940, foi adotado pelas escolas de samba de Pelotas e Rio Grande.

Quem apresentou o sopapo a Giba Giba foi Boto, um babalorixá de Pelotas, a terra natal do guri.

— Tu vais ser o cara deste instrumento aqui — previu o guia espiritual.

Parte dessa história está contada na exposição Giba Giba – O guardião do sopapo, no Museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre.

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Paulo César TeixeiraGiba Giba, sopapo, Boto, Pelotas, Rio Grande, charqueadas, escravos, Gilberto Amaro do Nascimento, tambor, Rio Grande do Sul, negritude, Giba Giba – O guardião do sopapo, Museu Júlio de Castilhos, Sandra Narcizo, Aurélio Veríssimo de Bittencourt, MS2 Editora, O Sopapo contemporâneo – Um elo com a ancestralidade, José Madruga Baptista, Cacaio sopapo, Bucha sopapo, Eduardo Nascimento Giba Giba, Cidade Baixa, carnaval de Porto Alegre, blocos carnavalescos, carnaval antigo, O Seresteiro do Luar, Viemos de Madureira, Ortunho, Grêmimo, Grêmio, Nós, Nós os Democratas, Rua Joaquim Nabuco, Rua João Alfredo antiga, Cidade Baixa antiga, Porto Alegre antiga, bloco Tô com a Vela, núcleos de convivência social, Oreco, Internacional, time Internacional, Rua Baronesa do Gravataí, Rua Barão do Gravataí, Dona Doca, bar da Dona Doca, Wanderley Falkenberg, Luiz Sant’Anna, Neri Caveira, Sibonei, Maria da Graça Magliani, Mordida na Flor, tropicalismo em Porto Alegre, Bossa Nova, Bossa Nova no Sul, Bossa Nova em Porto Alegre, João Palmeiro, João da Benga, Mutinho, Ivaldo Roque, Sílvia Marques cantora, Laís Marques cantora, Rubens Barbot, Renato Rosa, Maria Lídia Magliani, percussionista Chaplin, Maria Bethania Ferreira, Luiz Coronel, Conselho Estadual de Cultura RS, Kleiton e Kledir, Lugarejo canção, Lugarejo, Feitoria, Tassy, tupi-guarani, Rildo Hora, Tia Surica, Portela, Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Beth Carvalho, Grammy latino, Maria Lúcia Sampaio, Toneco da Costa