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O mais universal (e mais gaúcho) diretor do teatro brasileiro

— Eu não tenho como não me engajar, como ficar passivo diante de uma catástrofe como essa. Como não ficar emocionado? É devastador. Além de chorar, preciso fazer alguma coisa, ainda mais quando se trata de um povo como o gaúcho e de um lugar como o Rio Grande do Sul.

A declaração é do diretor teatral Gerald Thomas ao comentar a situação dos artistas do Sul do Brasil afetados pelas enchentes de maio de 2024. O depoimento foi dado ao podcast do Rua da Margem, no canal Adjuntos.

Apontado como o mais universal dos encenadores do teatro brasileiro, com peças produzidas em cerca de 20 países, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Áustria e Itália, Gerald postou vários vídeos no Instagram, nas últimas semanas, cobrando a liberação dos recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG).

Além da questão humanitária, também a identidade com as plateias gaúchas contribuiu para o posicionamento adotado pelo diretor:

— Tenho que ser absolutamente aberto: o público do Rio Grande do Sul é o melhor do Brasil. Desculpem os outros, mas é. É o que tem melhor entendimento do meu trabalho, disso não tenho a menor dúvida.

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Livro do Rua da Margem ganha Prêmio AGES 2020

O livro Rua da Margem – Histórias de Porto Alegre, de Paulo César Teixeira, editor do portal Rua da Margem, ganhou o Prêmio AGES 2020, da Associação Gaúcha de Escritores, na categoria Não-Ficção. Neste ano, a premiação contou com 157 inscritos. Em função da pandemia, a cerimônia de entrega aos vencedores foi realizada no formato on-line. em 30/11.

Rua da Margem – Histórias de Porto Alegre traz à tona uma Porto Alegre que pouco aparece por aí – a cidade do Barão da João Alfredo, do Ildo da Lanchera, do Sid do Bambu’s, da cantora Valéria, do Pé Palito, do seu Cláudio do Parangolé. Uma cidade plural e diversa, vaidosa de sua história e aberta à cena contemporânea.

— Estamos muito felizes e envaidecidos com a premiação. O livro está em sintonia com a ideia do portal Rua da Margem de destacar personagens e cenários de Porto Alegre que não aparecem com frequência na mídia mais tradicional — afirmou Paulo César, ao receber a premiação.

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Heróis da resistência

Na terça-feira, dia 19/5, data de publicação do decreto da prefeitura de Porto Alegre que liberou a reabertura de bares e restaurantes, com restrições de distanciamento social por causa da covid-19, o Brasil ultrapassou pela primeira vez a marca de mil mortos no período de 24 horas por causa da pandemia.

Ainda que a Capital do RS apresente indicadores de um controle mais efetivo do avanço do novo coronavírus, em comparação com outras cidades brasileiras, principalmente das regiões Norte, Nordeste e Sudeste, uma parcela considerável de bares se recusou a voltar às atividades, apesar das dificuldades financeiras decorrentes do período de dois meses de quarentena.

Na lista dos que adotaram essa atitude, impressiona não apenas a quantidade, mas principalmente a representatividade dos estabelecimentos na cena noturna porto-alegrense.

— Vamos esperar para ver como essa abertura vai se refletir do ponto de vista epidemiológico. No momento, prudência é uma boa medida, até porque ainda não há clima para a boemia — diz Pepe Martini, que dirige o bar Guernica, junto com o pai, Roni, na Travessa dos Venezianos, na Cidade Baixa.

Outro bar que prosseguirá em compasso de espera é o Parangolé, referência de música ao vivo na Cidade Baixa.

— Apesar da situação relativamente tranquila em Porto Alegre, temos que pensar no restante do País, que mostra um quadro assustador — afirma Cláudio Soares de Freitas, o seu Cláudio, dono do Parangolé.

No dia da publicação do decreto, ele fez uma reunião online com a esposa Marta e os filhos (a jornalista Ana Laura e o violonista Thiago). A família decidiu por unanimidade não abrir o bar, entre outros motivos, para proteger Cláudio, que, apesar da saúde de ferro, aos 66 anos faz parte do grupo de risco da covid-19 por conta da idade.

— É verdade que não apresento doenças pré-existentes, mas até gente jovem tem morrido. De minha parte, não estou disposto a brincar com o vírus — pondera Cláudio.

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O traço do anarquista

— Às vezes, bate um medo quando começo a desenhar. Fico pensando em milícias e outras forças do submundo que podem agir por aí. Eu não imaginava que pudéssemos regredir tanto.

A afirmação foi feita pelo cartunista Neltair Rebés Abreu, o Santiago, ao participar do lançamento do livro Rua da Margem – Histórias de Porto Alegre, no bar Parangolé, no sábado dia 14/dezembro. Personagem de um dos capítulos da obra, Santiago foi entrevistado pelo autor, o jornalista Paulo César Teixeira, editor do Rua da Margem.

Com 18 livros publicados e dezenas de prêmios acumulados ao longo da carreira, o desenhista colabora atualmente com os jornais Extra Classe, do Sinpro/RS (Sindicato dos Professores da Rede Privada) e João de Barro, da APCEF (Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal), além da revista do CREA/RS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). Os cartuns de Santiago estão presentes também no Brasil de Fato RS, publicação que acaba de lançar edição especial de humor.

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As cores do invisível

Nos anos que sucederam a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, os negros que haviam se libertado do jugo de seus senhores coexistiram em áreas pobres e degradadas de Porto Alegre com imigrantes europeus, não apenas italianos e alemães, mas também judeus, pomeranos e poloneses.

Como eram as relações entre essas duas populações de trabalhadores é o tema de Além da Invisibilidade: História Social do Racismo em Porto Alegre durante o Pós-Abolição (EST Edições), livro lançado no dia 5/7 pelo historiador Marcus Vinícius de Freitas Rosa.

Uma das descobertas da investigação é a de que, mesmo entre populações pobres, a discriminação por causa da cor se sobrepunha ao nivelamento social, como destaca o historiador:

— A pele branca era um trunfo para os trabalhadores pobres de origem europeia, ainda que fossem todos, brancos e negros, miseráveis, morando à beira de um riacho imundo. É como se dissessem: “Pelo menos, somos brancos”.

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A saideira do Dinarte

Desde o guri arteiro do Vale do Taquari e o rapazinho assustado recém-chegado em Porto Alegre até o aprendiz das madrugadas. Também não ficam de fora o estudante incansável e o advogado combativo, muito menos o marido apaixonado e o pai amoroso.

Todas as faces de um dos mais populares e queridos garçons de Porto Alegre estão expostas em textos e imagens em De Bandeja – A História de Dinarte Valentini (Editora Arvoredo Books, 123 páginas), livro que traz depoimento prestado ao jornalista e pesquisador Marcello Campos. O lançamento é na terça-feira, 25/6, a partir das seis e meia da tarde, no Bar do Beto.

– Gosto de ler desde criança e esse livro é a realização de um sonho, que venho construindo há duas décadas, desde que retomei os estudos. Espero que também sirva como exemplo de vida. Afinal, boa parte do caminho que percorri até agora não deixa de ser um resumo das alegrias e dificuldades de uma rapaziada que deixa o Interior gaúcho em busca de oportunidades, afirma Dinarte.

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1 ano de Rua da Margem

Sessenta e sete matérias, 64 mil leitores (*), incontáveis histórias, muitos novos lugares e personagens descobertos pela cidade.

O portal Rua da Margem completa um ano de atividades com destaque para projetos e iniciativas que contribuem para que os porto-alegrenses sintam orgulho do lugar onde vivem. Para comemorar, nada mais natural do que uma conversa de bar descontraída. E ela vai acontecer no sábado, 8/12, a partir das 7 horas da noite, quando a plataforma reunirá leitores, apoiadores e amigos no Bar Carmelita, na Travessa do Carmo, 54 (junto ao Largo da Epatur, na Cidade Baixa), ao som do DJ Kafu S.

Rua da Margem traz reportagens do jornalista e escritor Paulo César Teixeira, autor de Esquina Maldita e Nega Lu – Uma Dama de Barba Malfeita, com design gráfico e produção executiva de Luísa Rosa.

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Viagem ao coração da África

Uma história de amor em meio à guerra civil, Comboio de Sal e Açúcar expressa quatro décadas do cineasta Licínio Azevedo em Moçambique. A produção entra em cartaz em 17 cidades brasileiras no dia 7 de junho. No elenco, está o brasileiro Thiago Justino, intérprete do Dr. Jonatas de Orgulho e Paixão, novela da Rede Globo, além de Matamba Joaquim, Melanie de Vales Rafael, António Nipita e Sabina Fonseca. Licínio é atualmente um dos mais premiados cineastas do continente africano. Ele estava com Caco Barcellos no terremoto que matou 26 mil pessoas na Guatemala, na década de 1970 – os jornalistas contaram a história da tragédia nas páginas do Jornal da Tarde. Licínio batizou de Esquina Maldita o gueto boêmio dos jovens politizados de Porto Alegre nos anos 1960 e 1970.

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